Cerca de 5,5 milhões de estudantes brasileiros participaram neste domingo (4) do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). E, como ocorreu em outros anos, o exame “lacrou”.
Além das questões com “o dialeto secreto dos gays e travestis” e o beijo incestuoso lésbico, o Enem também trouxe um resumo de artigo que afirma: embalagens de produtos de beleza são “racistas”.
Segundo o texto, escrito por Jonathas Vilas Boas de Sant’Ana, “a representação da população negra, especialmente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza” tem “a presença de estereótipos negativos” que “dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira”. Segundo a “análise do material imagético”, há “desvalorização estética do negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio do uso dos produtos apresentados”.
E o texto lacrador continua: “O discurso midiático-publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista”, o que demandaria “o uso de estratégias para uma ‘descolonização estética’ que empodere os sujeitos negros por meio de sua valorização estética e protagonismo na construção de uma ética da diversidade”.
Detalhe: o artigo é acadêmico e foi publicado na “Revista Margens Interdisciplinar” da Universidade Federal do Pará (UFPA). Sim, este é o nível da “pesquisa” no ensino superior estatal brasileiro.
Em um país onde 70% dos estudantes que concluem o Ensino Médio sequer sabem interpretar uma reportagem corretamente, parece que o pessoal do ENEM está mais preocupado em “lacrar” o máximo possível na prova.
4 comments
Procurei, encontrei muitas embalagens de produtos cosméticos para pele negra e não vi nada de mais.
Nenhuma diferença substancial mas embalagens de produtos equivalentes destinado ao público caucasiano. Tvz que mas embalagens de produtos destinados a cabelos e pele de cor mais escura seja mais comum sorriso e nas destinada a cabelos loiros e pele clara haver mais pose tipo sensual.
Grotesco e de mau gosto é a representação do público LGBT nos meios de comunicação e publicidade e marketing.
“a representação da população negra, especialmente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza” tem “a presença de estereótipos negativos” que “dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira”.
GENTE, SÉRIO MESMO QUE UM ALUNO DA PERIFERIA, VINDO DE ESCOLA PÚBLICA, ENTENDE ESSE VOCABULÁRIO REFINADO E ACADÊMICO? São textos feitos por aqueles que dizem defender as minorias que não tiveram melhor educação.
Sério que você achou que esse texto tem “vocabulário refinado e acadêmico”????
Acadêmico, com certeza, e, por isso, com um nível de sofisticação pouco acessível ao público mencionado.